ESQUINAS DO MUNDO
Alessandro Atanes
ESQUINAS DO MUNDO: Ensaios sobre História e Literatura a partir do Porto de Santos
Que tipo de conhecimento sobre a sociedade podemos extrair de poemas e textos ficcionais? O que se pode saber sobre o porto de Santos lendo poesia, contos e romances ao invés de relatórios de movimentação de carga, relatos sobre acidentes de trabalho ou mudanças na forma de administração da área portuária?A intenção desta obra é criar conhecimento histórico a partir de poemas e romances que tenham Santos e outros portos como tema ou cenário, explorando suas diferenças ou contrastando suas semelhanças, mas sempre colocando-os em relação uns com os outros. E, além disso, a grande questão de fundo dos ensaios é justamente sobre como escrever sobre História tendo a Literatura como “objeto” de análise, um objeto que mais refrata do que reflete, que deve ser lido a “contrapelo”.
A capa
A capa do livro é do artista visual Raphael Morone, autor de cartazes tendo a cidade de Santos por tema. Neste trabalho, assim como em um de seus cartazes, as cores são emprestadas da pintura típica dos armazéns ao longo do estuário santista.
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Ele é autor também de uma intervenção física no livro,
transformando-o em um objeto de arte.
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Na imprensa
Abaixo, resenha de Adelto Gonçalves, romancista e pesquisador, publicada em 7 de maio de 2013 na edição em português do Pravda:
A apresentação do livro se explica por seu próprio título: EMBARQUE Três poemas chegam ao Porto de Santos ou formas de pensar o espaço ficcional e as relações entre História e Literatura, sobre poemas de Blaise Cendrars, Elizabeth Biahop e Pablo Neruda.
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O EMBARQUE e o primeio ensaio, E o que narram os que não partem?, sobre poemas que mostram o porto a partir da cidade, tratam, cada uma a sua maneira, das diferentes perspectivas e climas mentais de poemas que trataram ao longo do século XX do Porto e sua relação com a cidade.
Esse é o tema ainda dos textos O ciclo do romance portuário, O horror vem pelo porto, Jorge Amado e Pablo Neruda, dois comunistas no Porto de Santos, O bonde pelas ruas e pelos livros, Pelo Atlântico entre duas Barcelonas, sendo que esses dois últimos têm versões preliminares publicadas na revista Vértice, editada em Lisboa, Portugal.
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Vicente de Carvalho, cineasta procura mostrar um lado diferente deste que se tornou conhecido por Poeta do Mar. Cinema: os portos da aventura e o isolamento dos bairros portuários transpõe para filmes a análise do espaço portuário na ficção. São Petersburgo, porto e porta para a Europa é um exercício especulativo sobre como uma cidade participou da formação da grande litreratura russa. E, por fim, DESEMBARQUE - A tragédia de Vila Socó na poesia de Marcelo Ariel é o que mais aprofunda a questão oda Literatur como documeno histórico.
Assim como os livros, os ensaios conversam entre si: o que é episódico em um deles passa a eixo central em outro.
Boa leitura!