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O Mundo do Trabalho na Literatura Portuária


Chamada de “Barcelona Brasileira” ou “Moscouzinha Brasileira” devido à força do

Clique na foto e confira a programação completa do festival

movimento operário na cidade ao longo do século XX, a cidade de Santos também conta com uma farta produção literária que trata deste aspecto da cidade. Para falar sobre o assunto, realizo na próxima sexta-feira, dia 5, a palestra O mundo do trabalho na Literatura Portuária, na Casa da Frontaria Azulejada, a partir das 19 horas.

A conversa sobre as obras poéticas e de ficção que mostram o trabalho portuário e as relações entre a cidade e o porto faz parte do Festival Arte & Trabalho, que ocorre de 1º a 7 de maio. A atividade portuária foi descrita em romances, contos e poesias por grandes nomes da Literatura universal como Pablo Neruda, Elizabeth Bishop, Jorge Amado, Guy de Maupassant e Oswald de Andrade, sem contar nomes da cidade como Ranulfo Prata, Roldão Mendes Rosa, Narciso de Andrade e, mais recentemente, Adelto Gonçalves, Lídia Maria de Melo, Madô Martins, Flávio Viegas Amoreira e Alberto Martins.

Entre as diversas obras que tratam desse universo, o pesquisador destaca os romances Barcelona Brasileira, do jornalista, escritor e doutor em Literatura Adelto Gonçalves (1999), sobre as greves anarquistas de 1917, que fazem 100 anos, Agonia na Noite (1954), de Jorge Amado, que descreve uma greve em que os estivadores se recusam a embarcar café em um navio nazista, e Navios Iluminados (1937), de Ranulfo Prata, que mostra o calvário de um retirante do sertão da Bahia que tenta melhorar de vida como estivador no cais de Santos, obra que já contou com uma tradução para o espanhol publicada em Buenos Aires e que tem uma reedição recente, de 2015, feita pela Edusp, dentro da coleção Reserva Literária, que tem como “madrinha” a escritora e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras Nélida Piñon.

Dentro dessa abordagem que entrelaça História e Literatura podemos ler o romance Navios Iluminados, que apresenta os trabalhadores antes das conquistas trabalhistas dos anos 30, também com uma atualidade incrível devido aos recentes acontecimentos na sociedade brasileira e a aprovação da reforma trabalhista.

Outras atrações literárias do Festival Arte & Trabalho são a oficina “O Trabalho, de Ferreira Gullar”, com Regina Alonso e Teresa Teixeira (dia 3, às 18h) e o sarau lítero-musical “Fruta aberta”, com o grupo Poetas Vivos (dia 4, às 19h), ambos também na Casa da Frontaria Azulejada. Confira a programação completa aqui. O Festival Arte & Trabalho foi criado pela Lei Municipal nº 3.143, que institui a Semana do Trabalhador.

O Mundo do Trabalho na Literatura Portuária 5 de maio, às 19 horas. Casa da Frontaria Azulejada: Rua do Comércio, 92, Centro Histórico de Santos Contato: Alessandro Atanes (13) 98122-98144

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