Rota Literária retorna com narrativas visuais sobre o porto e a cidade de Santos
Novo módulo do curso, Cenas de cinema, reúne invasão de monstros, Vicente de Carvalho lido como um roteirista de filmes e pinturas sobre o porto de Buenos Aires
Os sábados de abril contarão com o retorno do curso Rota Literária – Conhecendo Santos por meio da Literatura, desta vez com o módulo Cenas de cinema, sobre narrativas visuais e a descrição literária de imagens em torno do Porto de Santos. Conduzo os encontros nos próximos dias 6, 13, 20 e 27, das 17 às 19 horas, na Associação Cultural José Martí da Baixada Santista. Como as aulas são temáticas, não é necessário que os interessados tenham participado do primeiro módulo, A cidade e o porto, realizado em fevereiro no mesmo local. A associação fica na Rua Joaquim Távora, 217. O valor do módulo é R$ 80,00, com a opção de R$ 25,00 por aula. Inscrições e informações: josemarticultural@gmail.com. Os encontros de abril têm início com o assunto Coreografias do cais, sobre como representações artísticas do trabalho dos estivadores do porto do século XX se relacionam com o pórtico de uma igreja do período românico. No segundo encontro (dia 13), o tema é Vicente de Carvalho, cineasta, sobre como o chamado “poeta do mar” apresenta também outras facetas, como a narrativa cinematográfica do poema Fugindo ao Cativeiro, de 1908, sobre uma fuga de escravos pela Serra do Mar em busca do quilombo do Jabaquara. Ao ler esse poema épico de Vicente de Carvalho, iremos de suas relações com a Ilíada de Homero até Django Livre, de Tarantino. O ponto de partida da terceira aula (dia 20), Os fins do mundo de Santos, é a invasão da cidade em Monstros (2012) de Gustavo Duarte, uma narrativa visual sem diálogos que traz para nossas praias um clima de filme-catástrofe entre muretas e polvos. Já o imaginário das ressacas e da elevação do nível dos oceanos é explorado nos títulos de duas obras de Flávio Viegas Amoreira, A biblioteca submergida e Maralto. No quarto encontro (dia 27), Vila Socó revisitada, a leitura é o poema Caranguejos aplaudem Nagasaki, de Marcelo Ariel, que mostra o incêndio desde dentro dos acontecimentos. O objetivo do curso é mostrar como as obras artísticas e literárias, mais do que ilustrar os fatos reais, são elas mesmas fontes para a pesquisa histórica e a compreensão da sociedade. Abaixo, mais detalhes do segundo módulo do Rota Literária. MÓDULO 2 – CENAS DE CINEMA 1ª AULA Coreografias do cais Iconografia: Os condenados do pórtico da Igreja de Saint-Trophime como “fórmula de paixão” para a fila de estivadores na “lombação” (carregação de carga). A “lombação” no Porto de Santos em duas obras, a escultura de trabalhadores do monumento a Gaffrée e Guinle no Centro de Santos e o romance Navios Iluminados. Caracterização de guindastes como monstros em Navios Iluminados e pinturas de Quinquela Martín sobre o porto de Buenos Aires. O monumento ao estivador e o punho cerrado. 2ª AULA Vicente de Carvalho, cineasta A leitura do poema épico Fugindo ao cativeiro, do livro Poemas e Canções (1908) como um roteiro cinematográfico. Vicente de Carvalho, Homero e Tarantino. O catálogo de plantas da Mata Atlântica e o escudo de Aquiles. Epílogo – História da leitura ou fofoca? As anotações e bilhetes encontrados em um exemplar de Poemas e Canções dos anos 1960. 3ª AULA Os fins do mundo de Santos Monstros e muretas: a invasão da cidade em Monstros (2012), novela visual de Gustavo Duarte. O antropoceno: A biblioteca submergida (2002) e Maralto (2003), de Flávio Viegas Amoreira, e a elevação do nível dos oceanos. 4ª AULA
Vila Socó revisitada O monumento literário Caranguejos aplaudem Nagasaki, poema de Marcelo Ariel, às vítimas do incêndio da Vila Socó. Dante em Cubatão: Beatriz é agora uma adolescente grávida que morreu no incêndio. O que apenas a literatura de invenção pode fazer, uma narrativa de dentro do incêndio.
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